quinta-feira, 11 de setembro de 2014

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   Quando percebeu que a cada reencontro a saudade nascia antes da própria despedida, compreendeu, enfim, que não havia mais nada a ser compreendido.

   Estava em guerra. Estava em paz.

domingo, 7 de setembro de 2014

Prisma

De seu corpo imperfeito,
Fiz o mais perfeito dos abrigos.
Espaço exato para guardar a mim
E grande o bastante, ao mesmo tempo,
Para conter todos os meus medos.

Beijei suas marcas,
Histórias e cicatrizes.

Matei saudades
Do que ainda não conhecia.

E sob a luz de uma única vela,
Vi uma madrugada inteira
Caber em um único abraço.



Corpo estranho...
Aceito sem estranheza
Pelas velhas e viciadas defesas
De um novo organismo.

Um beijo de lábios cerrados.
Confidências nas cores dos olhos.

A distância que guardou anseios,
Hoje guarda a saudade
E a vontade do reencontro.

Criamos tanto
Em tão pouco tempo,
Que nada do que temos
Cabe mais no esquecimento.



Pouco importam os lugares...

Se corpos são templos,
Como diz o velho ditado,
Nós rezamos ao relento.