segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Até Mais

Olá.
Como vai?
Tudo bem?

Minha vida vai bem,
Por isso não tenho perguntado da sua.

Enfim...

Acho que é assim mesmo.
Essa coisa meio egoísta,
Que não chega a ser maldosa,
De não querer ouvir os problemas,
De quem quer que seja,
Quando tudo está dando certo.

E sim...

Sei que agindo assim,
Não há chance alguma de voltar.
Sei que o que fiz, não se faz, mas,
Mesmo assim,
Fiz.
E sim,
Faria outra vez.



No fundo, sei que você entende.
Prefiro acreditar que você faria o mesmo,
Ainda que, sinceramente, eu não acredite.



Mas era isso, como se diz.

Só passei para saber como você está.

Não que eu quisesse saber.
Não que você fosse me dizer.
Mas de qualquer maneira,
Eu precisava perguntar.

Um beijo,
Ou um abraço.
Ou tanto faz.

E antes que eu esqueça,
Até mais.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Intocável

Não se iluda com o intocável.

O que está longe
Deve ser apenas observado.

O tempo passou,
E com ele, todas as coisas passaram.

Ficaram os vultos, as sombras,
As silhuetas de um antigo presente
Que já não existe mais.



Não se iluda.

Com os risos e com os abraços.

Com os conselhos de quem ainda nada viveu.

Com as festas que não foram feitas,
Mas que hoje parecem tão vivas
E ávidas por acontecer.



Não se iluda
Com a história de que a vida deixa para dar depois,
O que ela não pôde dar no tempo certo.
Pois assim como tudo acontece por uma razão,
O que não acontece segue o mesmo princípio.

Se não houve, não era para ter havido.



Por isso, não se iluda.

O tempo só sabe ser amigo
De quem sabe se posicionar diante dele.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Diferente

De todas as dores imaginadas,
A pior foi a de não sentir mais nada.



Ao contrário do que se pensou,
Os olhares não se cruzaram.
Desconfortavelmente,
Resvalaram um no outro
E foram cair distantes dali.

As palavras, até então guardadas,
Derreteram-se em uma repugnância amarga,
Selando o silêncio de cada um.



De todas as vontades pretendidas,
Restou apenas a de ir embora.

De tudo o que se esperou,
Nada aconteceu.

Enfim, nos reencontramos.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Depois

Gravamos nosso filme em preto e branco
E deixamos para colorir depois.

Mal sabíamos nós
Que a vida nem sempre dá tempo
De passar a limpo os rascunhos
De todos os nossos planos.

Mal sabíamos nós
Que personagens, cedo ou tarde,
Sempre acabam saindo de cena.




Folhas soltas não fazem livros,
Tal como esboços não são desenhos.

Se soubéssemos antes o que só hoje sabemos,
Talvez não tivéssemos perdido tanto tempo
Tentando compreender os estranhos motivos
Pelos quais vontades e promessas
Nem sempre viram histórias.

Mas não...

Mal sabíamos nós
Que o que um dia se pensou ser único e infinito,
Era apenas parte de um caminho qualquer,
Com começo, meio e fim,
Assim como qualquer caminho.



O depois virou lugar,
E nós, enfim, chegamos.