Quando a decisão não parte da própria vontade.
Tão simples
E tão difícil.
O que se sente, já não importa.
Não há moeda de troca.
Não há valor algum
Que valha alguma coisa.
Resta, então, agarrar o silêncio,
E cerrando punhos e dentes,
Segurar toda e qualquer palavra.
Deixar cair a lágrima,
Pesada e silenciosa,
Que aos poucos apodrece a casca
E petrifica o cerne.
Lamentar a mágoa,
Que enferruja as grades do peito,
Corroendo ferro e carne,
Enfraquecendo estruturas e proteções.
Ele trouxe o que faltava.
Observar, de longe, uma nova vida.
Tentar reconstruir a própria estrada.
Livrar-se das sobras insubstituíveis
E dos restos de valor inestimável.
Jogar fora, com uma certeza forjada,
Tudo o que ainda faz falta.
Saber que aqueles novos planos,
Tão perfeitos para ambos,
Não incluem ideias antigas.