De todas as mãos passageiras que estiveram junto a sua, a dela permaneceu. Atravessariam juntos, tal como sempre fizeram, os tempos e caminhos tortuosos que já se desenhavam no horizonte próximo. Ela foi causa e efeito, comédia e tragédia, graça e desgraça. Foi a causa e o fim daquilo que ele foi um dia, e hoje era o estado natural de tudo aquilo que não fazia sentido algum.
Ela o machucou, sim, mas ainda assim foi sincera. Não passou como passaram tantas outras figuras, prometendo a cura e, no fim, levando embora ainda mais da pouca sanidade que nele restava.
Ela o machucou, sim, mas foi sincera. Disse, desde o começo, o que queria e o que faria para alcançar seu intento.
Ela sorria sem dizer nada, e ainda assim, dizia mais do que poderia ser dito com todas as palavras do mundo.
- Promete que não vai me abandonar?
- Eu prometo. Jamais vou te abandonar. - Disse a loucura.