Eu vejo crianças
Presas e perdidas
Em sua própria liberdade.
São vítimas de seu próprio preconceito
E dos problemas que criaram
Enquanto procuravam por respostas.
Eu vejo um mundo árido,
Ácido, tóxico,
Quase morto.
Um mundo onde caminhos e referências
Acabaram se perdendo
Em meio a tantos descaminhos.
Onde virtudes,
Por vezes, inocentes,
São descartadas e carimbadas
Com a tinta negra do ridículo
Por não se encaixarem nas exigências da vida
E em seus conceitos invertidos.
Eu vejo bonecas de carne
E meninas de pano.
As ruas estão desertas de brincadeiras,
E estas, por sua vez, vazias de crianças.
Os adultos, encantados com seus brinquedos,
Não percebem que, a passos largos,
Seus pequenos bebem da violência e do descaso,
Enquanto o mundo, aos poucos, deixa-se morrer,
Preparando-se para receber aqueles que,
Natural e inevitavelmente,
Nascerão mortos.
A penumbra é o caminho por onde anda o furtivo, e os pensamentos, tal como as pessoas, tambêm possuem sombra.
terça-feira, 28 de maio de 2013
sexta-feira, 10 de maio de 2013
terça-feira, 7 de maio de 2013
...
Ela era linda.
Ainda que de
maneira educada, e até gentil, ela riu do nome do livro que estava lendo. Ele,
por sua vez, riu da ignorância dela.
Ela era linda,
educada, gentil e ignorante, assim como quase todos os outros.
Ele jurou a si
mesmo que jamais desceria ao nível de outra pessoa novamente, pelo motivo que
fosse. Percebeu que não precisava rir dos próprios defeitos para ter o direito
de estar com alguém.
Na verdade,
nem sequer eram defeitos.
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