quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Areia, Cartas e Pedras

     Você percebe que nem todos possuem a força, a coragem ou, simplesmente, a vontade necessária para te ajudar a segurar as paredes que caem.

     Você percebe que, mais cedo ou mais tarde, todos os castelos desmoronam.

     Você percebe, enfim, que a mão mais importante, contrariando o que você sempre pensou, não foi a que construiu com você, mas a que te resgatou dos escombros.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Horizonte

Eu atravessei a tempestade sozinho.



Ao ver o céu nublado,
Você preferiu ficar
No conforto de um porto seguro.

Você se assustou com as nuvens escuras,
Com a chuva, quase certa,
E com a incerteza do futuro.

Desfez-se de palavras, de promessas,
E do que não mais precisava.

Lições,
Ensinadas e aprendidas,
Foram igualmente esquecidas
E descartadas.

E de tudo o que foi dito,
Restou apenas a dúvida:

Por que não acreditou em suas próprias palavras?



Embora leia sempre o mesmo livro,
A solidão costuma contar histórias diferentes
Para cada um daqueles que a escutam.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Multidão

A vida pede calma
Para quem não quer andar sozinho.

Seguro meus passos.

E enquanto o tempo se perde
Com coisas sem valor e sem sentido,
Vou sorrindo amarelo e abraçando frouxo,
Cantando canções que me empobrecem.



Eu me disfarço de multidão.

Visto a roupa que todos usam,
Bebo o que os outros bebem.

Rio do que não tem graça,
E entendo problemas que não me interessam.



Eu me disfarço de multidão.

Para ser como todos os outros.
Para ser o que não sou.



E em meio a tanta igualdade estúpida,
Anseio por encontrar o que talvez não exista.

O lugar distante.
O momento especial.
A pessoa perdida.

Mas o desânimo sobrepõe-se à busca,
Pois como bonecos de papel picado,
Com pernas e braços colados,
Todos são iguais,
Desprovidos de face.



Eu me deixo levar.

Eu me torno mais um.

Eu sigo o fluxo,
Mas não perco a consciência.



Eu me disfarço de multidão.