O horizonte escuro denuncia
Que alguma coisa, em algum lugar,
Desrespeitou o combinado.
Nem sempre os ventos cantam.
Nem sempre os ventos contam.
Tormentas distantes costumam ser silenciosas.
Mas as verdades,
Pedidos de ajuda acanhados,
Cedo ou tarde acabam chegando
A quem se dispõe a ouvi-las.
As nuvens, em sua quietude austera, sabem
Que as chuvas que não caem
Também sopram brisas.
Em uma janela qualquer,
Uma menina chora.
Enquanto observa a chuva,
Relembra vontades e promessas,
Esquecendo de si mesma
E de quantas vezes renovou suas juras.
Cada pingo que corre - e morre - no vidro,
Carrega consigo uma lágrima
Carregada de saudade e cansaço.
O ontem, agora, já é tempo distante.
As pessoas não estão mais em seus lugares.
A eternidade morre a cada semana que finda,
E não há força para recomeços.
A terra, molhada e maleável,
Torna-se própria para novos caminhos,
E pela trilha que o tempo apagou,
Perdem-se os viajantes.
De uma janela qualquer,
Um menino observa.
Seu temporal, há tempos, cessou,
E a distância, ele apenas observa.
Ele sabe que céus claros também se fecham,
E que há tempestades que, de tão fortes,
E mesmo desabando ao Longe,
Parecem atingir de propósito
Quem pensa estar abrigado.
A penumbra é o caminho por onde anda o furtivo, e os pensamentos, tal como as pessoas, tambêm possuem sombra.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Minha
Nossa noite terminou
Sem ter um começo.
Sei que o erro foi meu,
Em acreditar no que nunca foi prometido.
Enfim...
Talvez seus olhos tenham mentido,
E os meus, acreditado.
Mas... Mesmo assim...
Você não sabe quantos medos eu venci
Para poder te esperar.
E de tudo o que esperei,
Fiquei apenas com o imaginado
E com aquilo que só a mim pertenceu.
Fiquei com os pingos da chuva
E com as luzes amarelas da madrugada.
Fiquei com o que sempre fico.
Fiquei com o que sempre sobra.
Fiquei com o que já estou cansado de ficar.
E agora, como se eu nunca tivesse lutado,
Os mesmos e antigos medos
Apoderam-se de mim mais uma vez.
Mas você não me afastou.
Você, na verdade, não sabia de nada.
Apenas faltou, sem saber o que estava fazendo.
Você, na verdade, não sabia
De tudo o que, a partir de então,
Voltaria a ser escondido.
Você não sabia
Que depois dessa última noite
Eu voltaria a desistir de tudo.
Novamente, e como sempre,
Sou apenas metade.
Hoje o sol não nasceu,
Pois amanheceu chovendo.
Teria sido injusto se tivesse nascido,
Pois uma noite com tantas ausências
Não merece um dia completo.
Sem ter um começo.
Sei que o erro foi meu,
Em acreditar no que nunca foi prometido.
Enfim...
Talvez seus olhos tenham mentido,
E os meus, acreditado.
Mas... Mesmo assim...
Você não sabe quantos medos eu venci
Para poder te esperar.
E de tudo o que esperei,
Fiquei apenas com o imaginado
E com aquilo que só a mim pertenceu.
Fiquei com os pingos da chuva
E com as luzes amarelas da madrugada.
Fiquei com o que sempre fico.
Fiquei com o que sempre sobra.
Fiquei com o que já estou cansado de ficar.
E agora, como se eu nunca tivesse lutado,
Os mesmos e antigos medos
Apoderam-se de mim mais uma vez.
Mas você não me afastou.
Você, na verdade, não sabia de nada.
Apenas faltou, sem saber o que estava fazendo.
Você, na verdade, não sabia
De tudo o que, a partir de então,
Voltaria a ser escondido.
Você não sabia
Que depois dessa última noite
Eu voltaria a desistir de tudo.
Novamente, e como sempre,
Sou apenas metade.
Hoje o sol não nasceu,
Pois amanheceu chovendo.
Teria sido injusto se tivesse nascido,
Pois uma noite com tantas ausências
Não merece um dia completo.
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