A vida pede calma
Para quem não quer andar sozinho.
Seguro meus passos.
E enquanto o tempo se perde
Com coisas sem valor e sem sentido,
Vou sorrindo amarelo e abraçando frouxo,
Cantando canções que me empobrecem.
Eu me disfarço de multidão.
Visto a roupa que todos usam,
Bebo o que os outros bebem.
Rio do que não tem graça,
E entendo problemas que não me interessam.
Eu me disfarço de multidão.
Para ser como todos os outros.
Para ser o que não sou.
E em meio a tanta igualdade estúpida,
Anseio por encontrar o que talvez não exista.
O lugar distante.
O momento especial.
A pessoa perdida.
Mas o desânimo sobrepõe-se à busca,
Pois como bonecos de papel picado,
Com pernas e braços colados,
Todos são iguais,
Desprovidos de face.
Eu me deixo levar.
Eu me torno mais um.
Eu sigo o fluxo,
Mas não perco a consciência.
Eu me disfarço de multidão.
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