segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Para Sempre


   De todas as mãos passageiras que estiveram junto a sua, a dela permaneceu. Atravessariam juntos, tal como sempre fizeram, os tempos e caminhos tortuosos que já se desenhavam no horizonte próximo. Ela foi causa e efeito, comédia e tragédia, graça e desgraça. Foi a causa e o fim daquilo que ele foi um dia, e hoje era o estado natural de tudo aquilo que não fazia sentido algum.

   Ela o machucou, sim, mas ainda assim foi sincera. Não passou como passaram tantas outras figuras, prometendo a cura e, no fim, levando embora ainda mais da pouca sanidade que nele restava.

   Ela o machucou, sim, mas foi sincera. Disse, desde o começo, o que queria e o que faria para alcançar seu intento.

   Ela sorria sem dizer nada, e ainda assim, dizia mais do que poderia ser dito com todas as palavras do mundo.

   - Promete que não vai me abandonar?

   - Eu prometo. Jamais vou te abandonar. - Disse a loucura.

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