Em cada uma das mãos,
Possuo um sentimento,
E um destes, por sua vez,
Servirá de norte para a razão.
Em um deles há o amor,
O perdão e o carinho.
No outro, a mágoa,
O sofrimento e o rancor.
O primeiro é peito aberto.
Começar do zero.
O passado em seu lugar.
O outro, entretanto, é pesado.
Daqueles que constróem escudos.
Dos que, feridos, empedram o coração.
Ambos dão forças, é verdade,
Mas de fontes diferentes.
E as medidas, embora as mesmas,
Agem de formas distintas,
Pois enquanto um traz a leveza,
O outro blinda a alma.
Tudo depende de uma resposta.
O tempo,
Que de tanto ter passado,
Hoje permite essa estranha situação.
A dor nos faz escolher o que sentir.
Contrariando o comum acordo,
Cria caminhos diversos.
E o sentimento,
Certo e incerto ao mesmo tempo,
Divide-se vorazmente,
Enquanto os pensamentos tecem redes,
Onde repousam, serenamente,
Os pesos de cada decisão.
Em cada uma das mãos,
Possuo um sentimento,
E um destes, por sua vez,
Servirá de norte para a razão.
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