Não vá ainda, por favor.
Espere um pouco mais.
Se você for embora agora,
Exatamente agora,
Talvez se arrependa depois.
Você ainda não sabe, mas vai acabar descobrindo
Que toda e qualquer partida deve, também, ser medida
Por aquilo que ainda se sente,
E não apenas pelo que se deixou de sentir.
Do contrário, o sentimento se transforma,
Pois o amor, quando verdadeiro, não morre,
Mas passa a ser prisioneiro eterno
Do cárcere que a mágoa constrói
E a dor sustenta.
Para quem tinha algo a dizer,
Quem se vai sem dar ouvidos
Torna-se apenas arrependimento,
E o que deveria viver na saudade,
Acaba morrendo como tempo perdido.
Por isso eu digo
E insisto.
Não vá ainda, por favor.
Respeite o tempo que o tempo pede
Para as diferenças de cada um.
Você vai perceber, ainda que tarde demais,
Que o seu momento de partir
Não era o meu de ficar sozinho.
Você vai perceber, ainda que tarde demais,
Que o seu momento de precisar também chegará
E que, ainda assim, o seu alguém terá partido.
Você vai entender, ainda que tarde demais,
Tudo o que eu queria ter dito.
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