quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Eclipse


Minha última estrela
Tornou-se eclipse.

Sei que a escuridão não é eterna,
Mas nesse breve lapso de penumbra,
Perde-se muito além do brilho.

Perde-se, na verdade,
Tudo aquilo que não pode ser visto
E, muito menos, recuperado.

***

Minha última estrela
Tornou-se eclipse.

Levando consigo o que havia em mim
E tudo o que, juntos, havíamos construído.

Não houve mais luz, desde então,
Para vermos nossos velhos caminhos,
E quando, enfim, voltou a bilhar,
Sua luz havia mudado.

De resplandecente, virou ponto opaco.
E seu calor, mensageiro da vida,
Era, agora, fraco e desnecessário.

Meu mundo, que orbitava tão próximo,
Morreu no exato momento
Em que a sombra tocou seu solo.

E os que ali viviam,
Ficaram sem saber
O que viria a nascer
Depois de tudo aquilo.

***

Estrela negra...
Que mesmo sem querer,
Anunciou a alvorada
De todas as coisas mortas.

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