sábado, 9 de maio de 2015

Enigma

Entendi sua senha.
Aceitei a deixa.
Saí de cena.

Ainda não sei
Se é o seu medo
Ou a minha fantasia,
Mas sei que algo está errado,
Pois nada é como era antes.
Nossa vontade despretensiosa
Já não flui como fluía.

Você pediu que eu fosse embora,
E assim o fiz, mesmo sem querer.

Se soubesse que meu respeito
Viria a ser derrota,
Teria fingido inconsequência
E aceitado as consequências
Dos dias que estavam por vir.

Penso se, assim como eu,
Você também pensa a respeito
Do que não chegou a ser,
Mas que, como bem sabemos,
Poderia muito bem ter sido.
(E ainda pode ser...)

Ao lembrar por onde andamos,
Percebo que trilhei sozinho
Um caminho que pensei ser nosso.

Da cumplicidade,
Sobraram olhares esquivos,
Daqueles que, em silêncio,
Dizem tudo aquilo
Que não queríamos ouvir.

Chegamos longe o suficiente
Para voltarmos a tempo de não cometer
O maior dos nossos acertos.

Seu silêncio disse tudo,
Tal como o meu também dirá.

Não precisei da resposta certa
Para decifrar o seu enigma.

O segredo, no fim de tudo,
É deixar tudo como está
E tentar acreditar
Que deve ser assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário