segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Domingo

Hoje é domingo, e eu quero te ver de novo.


De todos os últimos beijos que demos, nenhum foi de despedida.

Os abraços, tão certos para selar decisões, limitaram-se a deixar aquela velha e conhecida sensação de que nunca termina.


O silêncio no carro.

A garoa na rua.

O cheiro na roupa.

Algumas horas dentro da madrugada são suficientes para transformar o que deixamos pelo caminho em pequenas armadilhas.

E a tentativa fracassada de diluir anos em dias, serve apenas para reforçar o que já nos é bem sabido.


A razão não se omite.

Temos ferramentas, truques e técnicas.

Temos razões, motivos e fatos.

Temos desculpas, se for necessário.

Mas a vontade não dá ouvidos ao que é sensato.


Quem parte, deve saber o que carrega na mochila, pois o que é bonito também pesa, sejam lembranças, fotos ou roupas novas.


Temos que aprender a jogar fora.


Esse é o problema.


Aliás...


O problema é que hoje é domingo, e eu quero te ver de novo.

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