terça-feira, 2 de abril de 2013

Serena

Chegou tranquilamente,
Tal como chegam os bons ventos,
Os novos tempos
E algumas mudanças.

Simplesmente veio,
Como vêm certos momentos,
Trazendo consigo, além dos sorrisos,
A certeza tranquila de dias mais leves,
Mais fáceis
E incrivelmente melhores.

Sem promessas afobadas,
Que sempre acabam por sufocar quem as faz
E tirar parte da vida de quem nelas acredita.



Presença serena,
Que abre portas e fecha feridas.

Mão amiga,
Que soube ser beijo e abraço.



Com você, vi voltar o tempo.

Revivi noites distantes, quase esquecidas,
Onde as ruas, pintadas de silêncio,
Indicavam caminhos e destinos
Aos que cruzavam a madrugada.

Menino e menina,
De lábios mordidos e olhos brilhantes,
Quase faiscantes.
Com histórias de um novo mundo,
Contadas com esperança
E uma euforia quase infantil.



São desencontros que não machucam.
São franquezas que não ofendem.

O olho no olho.
O sliêncio estrondoso.

O aconchego no pescoço.
O cheiro do cabelo.
O sussurro no ouvido.

E as mãos, segurando o rosto,
Emolduram a resposta
Errada e perfeita
Para a pergunta certa.

- Promete que não vai embora?

- Nós Já somos parte da mesma vida.



Talvez o inverno não chegue a tempo
De trazer à tona os planos rascunhados,
Então será, Livre de mágoa, apenas saudade
De tudo aquilo que poderia ter sido.



Essa é uma daquelas histórias
Que quando morrem na existência
Passam a viver na eternidade.

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