domingo, 25 de agosto de 2013

Apenas

Por favor,
Não insista.

Você não conhece os motivos
Que sustentam o receio
De quem prefere se afastar.

Você não sabe quais sentimentos
Podem, um dia, vir a nascer
Naquele coração onde, até então,
Nada existia,
Até você chegar.



Sim, eu sei
Quantas histórias bonitas,
Passíveis de eternidade,
Podem deixar de existir
Quando se escolhe não vivê-las.

Mas sei, também,
Que a proporção nunca se engana.
Que finais tristes são tão certos
Quanto a certeza de que tudo daria certo.

Por isso, por favor,
Não insista.



Chorei sua partida
Tal como choraria sua morte.

Por isso, hoje, caso pretenda voltar,
Não espere nada além daquilo
Que os vivos têm pelos mortos,
Ainda que estes tenham sido, em vida,
A razão de viver daqueles que ficaram
E não puderam fazer nada
Além de calar a própria tristeza.



Me disseram que, na verdade,
Eu estava mal acostumado,
Mas eu sempre soube o que sentia.

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