domingo, 2 de dezembro de 2012

Fim da Festa

Os copos sujos e as mesas bagunçadas.
Toalhas brancas, manchadas de banalidade.

Sobraram cadeiras vazias.
Sobrou o chão cheio de papel picado.
Sobrou você, atônito, parado em meio ao salão vazio,
Tentando entender como pôde ter sido tudo tão rápido.

Sobrou você, tentando entender
Por que ninguém ficou para ajudar.

Sobrou você, tentando entender
O porquê de ter dado uma festa que você, na verdade, nunca quis dar.

Sobrou você.



A festa termina.
Todos vão embora.

Ficam as fotos,
Os sorrisos forçados,
As lembranças que serão esquecidas no dia seguinte.

Convites não enviados.
Amigos não convidados.
A lista dos excluídos.

A decoração,
Feita de isopor, balões e abraços, vira lixo.
E você, parte da decoração.



Ainda na boca, o gosto amargo dos doces e salgados.

Ressaca de álcool e decepção.
 


Há os que reclamam da comida.
Há os que reclamam da falta de espaço
E da simplicidade do lugar.

Há os que, apesar de todo o seu esforço,
Irão debochar do seu desempenho como anfitrião.

Risinhos abafados, enquanto se dirigem à saída.



Sobrou você, no seu egoísmo inocente, esperando consideração,
Enquanto viu todos irem embora, preferindo a liberdade.



Sobrou alguém, perto dali, sozinho em casa.



Sobrou você.

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