Posso sentar naquele banco
E esperar, novamente, na velha esquina
Sem medo de que você apareça.
Mesmo de olhos fechados,
Atravesso a rua de antes,
Sem esbarrar nas lembranças.
De vez em quando,
Quase brincando,
O vento insiste em fazer redemoinhos,
Marejando os olhos com poeira
E um resto de saudade.
Mas logo tudo se acalma.
Os papéis, que ainda há pouco voavam,
Repousam serenamente nas calçadas.
Os becos, com suas sombras e seus silêncios,
Acolhem as últimas voltas daquilo que foi soprado.
E o passado,
Apertado entre as três paredes,
Acaba por diluir-se entre caixas de papelão
E cartazes desbotados.
Sob a luz de bronze de um poste antigo,
Duas figuras, que de tão juntas, parecem uma só,
Protegem-se do resto do mundo.
Em cenários tão familiares,
Novos capítulos de uma velha história.
No fim, são apenas personagens.
Nossos lugares, espalhados por aí,
Já não existem mais.
Quem é o autor?
ResponderExcluirOlá. Sou eu, mesmo. Todos os textos que posto aqui são autorais.
ExcluirQuando posto algo que não é de minha autoria, sempre cito a fonte e/ou dono.
A propósito, obrigado pela visita e me desculpe pela demora para responder.
:)
muito bom
ResponderExcluirObrigado, Anderson! Volte sempre!
Excluir