domingo, 11 de maio de 2014

Natimorto

Gastei horas,
Folhas brancas e grafite,
Tentando desenhar algo
Que pudesse nos representar.

Mas eu, que desenho tão bem
Quanto lido com sentimentos,
Fiz apenas o que sempre faço.
Fiz aquilo que não sei fazer.

E outra vez,
Minha lixeira se encheu de rascunhos
E de histórias que não começaram.



No papel amassado,
Sufocados, tal como seus desejos,
Jazem os personagens,
Riscados em traços fortes e desajeitados,
Típicos de um amador na arte de criar,
Mas que tem a destruição
Como um dom nato.



Na ponta dos dedos,
Tenho o pó negro e reluzente
Dos contornos que tentei delinear.

As mãos completamente sujas
Pelo sombreado mal feito,
Borram os últimos cantos limpos
Do que se poderia aproveitar.



E outra vez,
Minha lixeira se encheu de rascunhos
E de histórias que não começaram.

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