Não posso dizer que escolhi a solidão, tampouco, que ela me escolheu.
Acho que é mais sensato pensar que nós nos encontramos. Descobrimos, um no outro, interesses em comum, necessidades, complementos.
Ainda que tolha, em partes, a liberdade, seu abraço é carinhoso, reconfortante. Nessa menina de olhos tristes e poucas palavras, encontrei o carinho que alma alguma, até então, conseguira me dispensar. Mais do que isso, em seus braços encontrei a aceitação, sem perguntas ou julgamentos, sempre tão desconfortáveis a quem tem algo que não deseja mostrar. Nossa relação, por assim dizer, é feita de silêncio e cumplicidade, e para quem deseja apenas sentir, e não falar, não há nada que possa definir de maneira mais exata o sentido da perfeição.
Nossas diferenças, quando afloram, são discutidas na reflexão. Penso e lembro que escolhi estar aqui, junto dela, do mesmo modo como ela sabe que está comigo porque quer.
Somos, senão, uma simbiose sentimental.
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